De Estômago Vazio

Postado por NaNa Caê segunda-feira, 21 de setembro de 2009 10:50:00

.

Reapareça antes que eu pinte o seu rosto na parede

E não será por paixão
Amor reprimido
Mas só pra fazer chifres
Poder riscar seus dentes
Botar aqueles bigodinhos tão oitava série

Por que não deu um fim ás fotos?
Apenas se sente bem com aquelas roupas
Fazendo frias poses
Ou possui resquícios masoquistas
E ainda se lembra de mim?

Preciso passar suas blusas meu bem
Não em ferro quente
Mas para as mãos de alguém
Para eu me livrar desse cheiro
Expulsar tudo daqui


Infelizmente tenho sonhado
Quando cochilo minhas duas horas por noite
Perante meu novo embaçado olhar
Vocês estão abraçados
Os que se odiavam
Trocam beijos
Se comem
E sabemos que não é imaginação homérica
De minha fútil mente prática

Não encaro esses fatos como hipocrisia
As pessoas mudam
Os conceitos se elevam
Caem
Sim
Vão pro chão meu bem

Vejo escadas
Cordas ao lado de vocês
Mas apenas declinam-se em tanta preguiça
Seria tão exato
Subir ou se enforcar
Entretanto não se ajudam
Há apenas a repentina amizade
Amor mútuo não
Sequer tenta dar pezinho
Pra quem te faz de escoro

Ficam todos aí
Parados
Quando muito compram uma cerveja
Só pra fingir que de fato possuem algo nas mãos

Querem expressar um ódio inexistente
Uma raiva que se força
Olhares misturados com inventados risos
Que só me parecem piada
De humoristas decadentes
Retrógrados
Dependentes das revistinhas de banca de jornal


Argh
Mas serio mesmo querida
Preciso parar de ver o dvd chato
O emprestado
Que nunca muda a ladainha
O livro confesso que já o escondi
Em baixo de pastas e cadernos
Não suportava mais o ler
Imaginar cada pensamento inventado
Processado por sua pessoa
Enquanto foliava aquelas páginas
Tempos atrás
Empolgada
Com tanto cientificismo e religião

Eu tentei me livrar
De tudo
Inclusive do orgulho em seu excedente ser

Perguntei com quem deixar
Os malditos pertences
Mas você parecia que gostava
Vingança
Ou mero estranho prazer

Usava os objetos
Como queijo envenenado
Preso na ratoeira

E nesses momentos esquecia minha alma de felino
Perdia a autêntica esperteza
E frieza dos gatos
Transformava-me perante suas investidas
Em um dos piores ratos
Dos bem burros
Mordiscando pequenos podres pedaços
De lembranças
Que mais tarde por gula
Sempre me faziam mal

Não comprei nenhum sorinsal querida
Na real sequer dei conta de sair pra sala
O máximo que fiz
Foi caminhar até ao banheiro
Meti o dedo na goela
Várias vezes confesso
Mas nada saiu

Fiquei por insuportáveis tempos
Em completas fazes de enjôo
Na esquizofrênica dúvida
Do afasto ou me jogo
De cara na porca água

Bem cena de trainspotting mesmo

.

[Ouvindo: Bazar Pamplona - Agora Sou Vilão]

.

Comment (1)

Bigodinho não, mata logo essa pessoa.
mata não, mudei de idéia.
por causa dela você escreve coisas tao bem :(

Postar um comentário