Vai(,) embora...

Postado por NaNa Caê sábado, 7 de janeiro de 2012 16:51:00

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Construí um bazar sentimental e me doei. Não de uma forma altruísta. Muitas vezes a gente encara as pessoas apenas pelo sexo, beleza, ou qualquer outro interesse. E então não existe mais coragem de voltar pro outro lado do trilho. Porque vai que o trem passa na hora, vai que o pé se prende, vai que. Nada vai acontecer, não iria. A todo tempo nos estranhamos, perdemos o que parecia essencial e em resquícios de malquerença não o é mais. Vai que eu vá embora, você se manteria na linha por mim? O seu calor não derreterá o aço entrelaçado, não é assim que se para alguém. E a cada decepção ou lapso de rancor me lembro mais da possibilidade de tudo acabar. Não posso te pagar pra viver, não posso te prostituir pra ser alguém melhor. Não posso te empurrar até que ande nos trilhos sem tropeçar e perder o passo. Não me importaria se perdesse também as pernas e não pudesse mais correr como se fosse a melhor. Você nunca chegou em primeiro, mas sempre caminha como vencedora.

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[Ouvindo: Vanguart - Engole]

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Comments (5)

o eterno obstáculo do "vai que".

mas vai que um dia a gente supera isso, né?!

você é foda, nana!

E tudo se resume no "E se..." e são esses momentos e pessoas que eu mais temo.

A tênue linha entre doar-se e doer-se.

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